Lusofonia em exposição, Galiza incluida
Intitula-se História da Língua Portuguesa e é uma exposição itinerante elaborada a pensar num melhor conhecimento e compreensão da História e lugar do português no mundo. Criada pelo Centro de Estudos de Socio-Museologia da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias e com o apoio da Fundação Mário Soares e Biblioteca Vítor Sá, a exposição reúne imagens e breves textos dividos por dezasseis temas e tem uma versão disponível na internet (ver aqui).
Numa feliz nota reintegracionista, a variante galega do português não foi esquecida, podendo ler-se no capítulo A língua portuguesa no mundo:
Na Galiza, a língua que tinha sido veículo de expressão das cantigas trovadorescas era progressivamente banida dos âmbitos formais, nomeadamente a partir do reinado de Fernando II e Isabel I (os Reis Católicos), chegando mesmo a deixar de se escrever durante várias centúrias. Porém, no século XIX começou uma lenta regeneração, e o galego chega ao novo milénio debatendo-se entre a afirmação da sua identidade com o português ou a separação do seu tronco comum. A adopção da ortografia espanhola, sustentada pelas actuais instituições autonómicas, não tem contribuído para fortalecer os laços com a língua de aquém-Minho, um dos alvos defendidos pelo movimento cívico galeguista que trabalha pela normalização da língua na sociedade.
Uma galeria final reúne fotografias de escritores lusófonos, incluindo as de sete autores galegos como Rosalia de Castro, Afonso Castelão e Ricardo Carvalho Calero. O professor Mário Moutinho, responsável pela exposição, afirmou ao Portal Galego da Língua que a organização pretende "corrigir, ao longo do presente mês, certos aspectos da versão impressa, de forma a não ficar esquecida a Galiza noutros materiais gráficos disponibilizados pela exposição, como mapas e ilustrações."
Parabéns ao professor e à sua equipa pelo seu trabalho! A exposição pode ser solicitada para fins educativos aqui.
2 comentários:
Finalmente chego a um blog que não comenta o jogo de ontem, como se fosse preciso, ou seja, como se não estivéssemos todos fartos de saber que uma final França-Alemanha rende mais euros que outras e que um árbitro é um árbitro, e que a questão é essa e apenas essa. Sobre a Galiza, e para quem sabe algo a respeito, como é o seu caso, o que me desagrada é constatar que a empatia deles por nós não é própriamente correspondida. Por tudo, esta iniciativa é louvável.
Eu a futebol nunca liguei muito e o facto de ser um desporto excessivamente valorizado em Portugal apenas me torna ainda mais indiferente.
Quanto à Galiza, o que o Propanol diz é verdade e não é por acaso que galegos que até poderiam ser reintegracionistas não o são porque deparam-se com uma indiferença quase assustadora da parte dos portugueses. Por vezes até se confrontam com hostilidade, por haver em Portugal quem veja Espanha como um todo uniforme e mais ou menos coeso apenas com curiosidades regionais (logo a adesão da Galiza à CPLP seria a adesão da hispanicidade).
Mas este estado de coisas no aquém-Minho deve-se apenas e só à ignorância e a uma falta de conhecimento e sensibilização que começa logo nas salas de aula, motivo pelo qual esta exposição, sendo dirigida ao público escolar, merece louvor extra.
E o Propanol pode-me tratar por tu ;)
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