A Dionysos
"Evoé!
Do solo correm rios de leite, rios de vinho, rios de néctar
das abelhas.
Segurando, como o fumo
do incenso da Siria, a chama
incandescente da tocha do abeto,
no alto do bastão,
o celebrante de Baco instiga-as à corrida
e às danças, sacode as transviadas,
impele-as com os seus gritos,
agitando nos ares a sua cabeleira macia.
Junto com os clamores ouve-se a sua voz fremente:
'Oh! Ide, Bacantes!
[Oh!] Ide, Bacantes!
No esplendor do Tmolo de áureo curso,
cantai a Diónisos
ao surdo rufar dos tamboris,
glorificando o deus - Evoé! Evoé! -
com os frígios clamores e vozes estridentes,
quando a flauta sonorosa
e sagrada os sacros cantos entoa, próprios
para os que vão vaguear para a montanha, para a montanha.
Cheia de gozo, como a poldra que vai pastar
com a mãe, dá saltos com os seus membros ágeis a Bacante." *
* - Eurípedes, As Bacantes, tradução de Maria Helena Rocha Pereira, Edições 70, 1998, pp. 45 e 46
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