Maio à porta
Maio está aí! A data que tantas vezes marcou o final do Inverno e dava início ao Verão está já ao virar da esquina! É a luta entre as duas estações, a vinda dos campos e das matas de uma Dama coroada de flores e que empunha um ramo verdejante, o erguer do poste de Maio, quer seja um símbolo fálico ou simplesmente uma imagem do pilar do Mundo (ou as duas coisas). É já amanhã. É já amanhã que o sol se põe na véspera de Maio e abre as portas de uma nova estação numa noite que é de magia, porque é uma que está entre os mundos, entre duas fases de um ciclo, entre o Verão e o Inverno, um tempo entre dois tempos.
Agora que a festividade se aproxima uma vez mais é com alguma saudade que recordo as celebrações de há dois anos atrás (ou terá sido há três?), quando ainda se conseguiu juntar umas quantas pessoas e se fez uma coisa fora do vulgar. Lembro-me do nosso piquenique na clareira, entre os carvalhos do Cidral, a procissão pela mata ao som de tambores e à luz de archotes e a adoração de árvores e rochedos com oferendas da comida e bebida que sobrou. Depois na tarde de dia 1 houve novo encontro na clareira, desta vez com mais gente, e lembro-me de encenar com todos a luta ritual entre Inverno e Verão, de ver a Teresa de Dama de Maio com um ramo de castanheiro, de todos usarmos máscaras e pulseiras de folhas enquanto dançavamos em torno da fogueira onde ardiam os trajes do Inverno com aquilo que quisemos deixar para trás, escrito em pedaços de papel. Depois erguemos o Poste de Maio sobre as cinzas e dançámos, rimos e, por fim, corremos pelas matas, gritando, cantando e soprando um corno, marcando com a nossa vitalidade a vinda do Verão.
Os meus sinceros agradecimentos ao Pedro, à Sarinha, ao Samuel, ao Hugo, ao Henrique, à Teresa e à minha querida Miz, tão longe que ela está em Inglaterra: foi uma celebração de Maio a recordar por muitos anos. Agora o momento chegou novamente! Que se celebre uma vez mais a vinda do Verão quando o sol de amanhã se puser e a noite vier plena de magia no abrir das portas.
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