Auto-critica "precesa-se"
A declarada desolação do Papa ante os protestos contra as suas palavras não parece ter sido suficiente para acalmar o mundo muçulmano (ver aqui). Prosseguem, assim, as manifestações contra a ideia de que a violência e o Islão são indissociáveis, algo que muitos clamam ser uma ofensa a Maomé e refutam com recurso à queima de efígies, ameaças de morte e ataques a igrejas, entre outros exemplos igualmente pacificos... Curiosamente, não consta que o mundo muçulmano revele a mesma rapidez e vontade de protestar cada vez que alguém leva a cabo um ataque suicida em nome do Islão. Pelo contrário, os seus perpetuadores até são vistos como heróis e mártires por muitos dos que clamam agora contra o Vaticano.
Não que a Igreja Católica seja um exemplo histórico para alguém, mas ela não está sozinha no que a matérias de guerras de religião e conversão pela força diz respeito. O mundo muçulmano é hoje tremendamente fértil em exemplos do que era o catolicismo há 500 ou mais anos atrás, desde o imperador Teodósio I até às perseguições religiosas do século XVI, passando pelas Cruzadas e pelo Papa Alexandre VI. Às palavras de Bento XVI, parte dos seguidores do Islão responde não com a razão e a virtude do exemplo, mas antes com a mesma barbárie que pretende refutar, prova de hipocrisia e de uma enorme dificuldade em aceitar criticas ou em constituir sequer um minimo sentido de auto-critica. Faz com que as tão badaladas palavras do tal imperador bizantino pareçam estar cheias de razão...
2 comentários:
Entretanto, eu vou esperar (sentada) que a humanidade evolua até um ponto em que as disputas entre grupos de qualquer natureza sejam algo para além do "o meu deus é melhor do que o teu".
As palavras do imperador bizantino ainda não perderam actualidade
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