quinta-feira, novembro 16, 2006

Haja mais verde!

No grande eucaliptal ciclicamente em chamas que é Portugal, é com agrado acrescido que se lê notícias como esta e esta. A associação Amigos da Serra da Estrela lançou no princípio deste mês uma campanha de reflorestação do parque natural sob o mote «Um milhão de carvalhos para a Serra da Estrela» e para a qual nem é preciso gastar dinheiro na compra de sementes: basta recolher as bolotas que são naturalmente produzidas na região e entregá-las para armazenamento e posterior distribuição para a sementeira. A iniciativa conta com o apoio do Ministério do Ambiente (pelo menos nominalmente) e com a ajuda da Força Áerea Portuguesa, que disponibilizou um helicóptero para permitir o acesso a locais mais altos onde as árvores serão plantadas por montanheiros. Crianças de escolas nacionais ou estrangeiras, residentes locais ou turistas, todos estão convidados a dar o seu contributo: tratem de se abastecer de sementes de carvalho antes de irem passear pela Serra da Estrela para as irem plantando durante a visita ou estadia no parque natural. A Natureza agradece, o bem comum fica a ganhar e o turismo ambientalmente correcto recebe um importante contributo de quem mais se devia interessar pelo bem estar ecológico: nós!

Seja devido aos incêndios ou pelo combate à desertificação e às emissões de dióxido de carbono, reflorestar é um imperativo nacional. Mas há que fazê-lo com pés e cabeça, sem pressas economicistas e a pensar na qualidade dos solos, na retenção dos recursos aquíferos, na preservação da biodiversidade e da paisagem tradicional portuguesa. Era bom que o exemplo da Serra da Estrela se multiplicasse pelo país todo e se regressasse em força às florestas húmidas de folha caduca, em vez de continuarmos no deplorável estado de monocultura do eucalipto.

4 comentários:

Anónimo disse...

... é, o eucaliptal é rentável, para as celuloses, para os madeireiros, com fogo, claro, e infelizmente também para os proprietários, que migram para o litoral e deixam aquilo a crescer, palitos a arder...

(é que quando arde as operações de exploração florestal ficam muito embaratecidas, já não é preciso fazer a desrama - claro que lá se vão os nutrientes para o galheiro, mas isso não conta, para gente que faz contas curtas, nem o CO2, nem a biodiversidade - o produtor fica à rasca e os intermediários e destinatários lucram mais, no curto prazo claro, mas eles lembram-se de Keynes: "no longo prazo estamos todos mortos", não percebo é porque têm filhos)

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Anónimo disse...

http://triplov.com/historia/D-Sebastiao/Harold-Johnson/index.htm

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Anónimo disse...

http://www.portugaldiario.iol.pt/noticia.php?id=744026&div_id=291

Anónimo disse...

um retrato pouco conhecido do Desejado:

http://www.triplov.com/historia/D-Sebastiao/Padre-Luis-Alvares/index.htm

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