quinta-feira, novembro 09, 2006

Mulher ao poder (sim, outra)

Diz o adágio que não há uma sem duas. Se é verdade ou não, o certo é que depois desta boa notícia para todos os que lutam contra a discriminação das mulheres, eis que outra senhora vem contrariar a ideia de que elas são o sexo fraco. Chama-se Nancy Pelosi, é oriunda de Baltimore no Estado de Maryland e vai ser a próxima Oradora da Casa dos Representantes do Congresso norte-americano.

Para quem não está a perceber o que é que eu quero dizer, passo a explicar. O Congresso é nada mais, nada menos do que o parlamento americano e é composto por duas câmaras de decisão: a Casa dos Representantes e o Senado. A primeira é constituida por deputados eleitos na totalidade a cada dois anos pelas várias centenas de distritos americanos, enquanto o segundo é formado por senadores de todos os Estados, eleitos em alturas diferentes, mas sempre por um período de seis anos. A senhora em causa tem sido a líder da minoria democrata nos últimos tempos, mas com a vitória do seu partido nas eleições intercalares de ontem, os democratas passaram a maioria na Casa dos Representantes e Nancy Pelosi vai assumir o lugar de proa da mesma. Quer isto dizer que ela vai ser o equivalente ao nosso Presidente da Assembleia da República e a terceira figura na hierarquia do Estado Norte-Americano, atrás apenas do Presidente e do Vice-Presidente. É o mais alto cargo político que uma mulher alguma vez ocupou na terra do Tio Sam!

E se isso já seria suficiente para lhe dar os parabéns, pois acrescente-se o seu currículo político. Nancy Pelosi é pró-escolha, a favor da pesquisa e uso terapêutico de células estaminais e votou contra a proposta de emenda da Constituição que pretendia definir o casamento como uma união entre homem e mulher. Apoia a subida de impostos sobre os mais ricos, o aumento do investimento público na educação e nas universidades, restrições à posse de armas de fogo, o desenvolvimento de energias renováveis e votou contra a abertura de poços de petróleo na Reserva Nacional de Vida Selvagem do Alasca. É favorável a um maior controlo governamental sobre a indústria da saúde, opôs-se à recente decisão de construir um muro ao longo da fronteira americana com o México, é contra a privatização da segurança social, defende o aumento do ordenado mínimo e sim, votou contra a invasão do Iraque. Não é à toa que a mulher é considerada como um membro da ala mais à esquerda do Partido Democrata e até já chamou o Presidente Bush de perigoso e incompetente. Vá, heteros e lésbicas, digam lá se ela não é a mulher dos vossos sonhos ideológicos ;)

Muitos parabéns à próxima Oradora! Que dê muitas dores de cabeça à Casa Branca e que os democratas possam dizer que não há duas sem três: depois de ganharem a maioria no número de governadores e na Casa dos Representantes, só falta mesmo o controlo do Senado. E segundo a BBC, já está! :D

4 comentários:

Al Cardoso disse...

So quero fazer uma correccao, os senadores americanos sao eleitos cada seis anos, mas nao sao todos ao mesmo tempo. Quanto a Camara dos representantes, estes sao eleitos na totalidade cada dois anos.

Um abraco da terra do "tio Sam",

Tambem contribui para essa mudanca.

Héliocoptero disse...

Correcções feitas! Muito obrigado e parabéns pela mudança política desse lado do oceano ;)

Anónimo disse...

junto-me a ti nos parabéns!

Mas qualquer dia discutimos a falência do cromossoma Y e a testosterona, se quiseres.

py

Anónimo disse...

... na Primavera, quando vês os raminhos do pinheiro a despontar, muito verticais, por expansão telescópica dos gomos pré-formados no ano anterior, é a auxina (do grego auxein=crescer)a hormona que induz o crescimento vertical através da diferenciação dos traqueídos que constituem o tecido vascular, num processo de geotropismo negativo.

(não é para ser pesporrente é porque gostas de pinheiros e pensei que gostasses de saber isso)

py