Se do outro lado da fronteira não dá...
... vem para este! Era bom que estivessemos a falar de um projecto de mérito e inteiramente dentro da lei, mas este caso é precisamente o oposto. Como na Galiza se achou melhor proteger aquilo que o Estado se comprometeu a preservar, a Pescanova veio então um pouco mais para sul, para o país onde toda a violação ambiental é permitida desde que devidamente cunhada de "interesse nacional".
À parca elite (???) governamental portuguesa falta a capacidade para perceber que a protecção dos ecossistemas não é uma actividade lúdica, mas é ela mesma de interesse para o Estado, que há parcelas do território português que estão a contribuir para o bem comum com a sua própria existência natural. E se têm dúvidas em relação a isso, então que olhem para o que se passa na Caparica e vejam como o suposto "interesse nacional" que permitiu a urbanização de solo que tinha como função reter e absorver a água do mar originou uma situação de colapso das dunas. Resultado: quantias chorudas gastas em sucessivas intervenções de emergência que não resolvem o problema, uma vez que a solução seria reordenar completamente o espaço. E isso implica expropriar, demolir, renaturalizar e, acima de tudo, pôr fim à mentalidade que faz equivaler o betão a progresso e que vê nos espaços naturais apenas terra vazia por ocupar.
O que é que sai mais caro: preservar ou remendar para fazer o Homem aquilo que a Natureza já faz naturalmente? Quão pobre é a classe política portuguesa em sentido de responsabilidade comum...
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