Em 2007 como em 1496
Há um padrão português que se repete com demasiada frequência desde que D. Manuel I se decidiu pela expulsão de Portugal de todos os judeus que não se convertessem ao cristianismo. É certo que o monarca ainda tentou dar a volta à coisa determinando que os "infiéis" só podiam deixar o país em barcos previamente determinados (e que ele depois encheu de soldados e padres armados com promessas e água benta), mas desde então que se assiste repetidamente a idêntico espectáculo: saem as elites, ficam os medíocres; vai-se quem tem valor, ficam os parasitas.
Desta feita é a vez do deputado João Cravinho, que da Assembleia da República vai passar para o Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, instituição sediada em Londres e cuja administração cabe a alguém nomeado alternadamente por Portugal e pela Grécia. Não que o dito deputado seja um expoente máximo da vida parlamentar ou da virtude humana, mas há que lembrar que foi ele quem em 2006 deu a cara por propostas de combate à corrupção, essa coisa tão curiosamente esquecida no Pacto para a Justiça, e que defendeu não só o casamento homossexual, como ainda a possibilidade de casais do mesmo sexo poderem vir a adoptar crianças. O homem tem momentos em que se destaca do provincianismo balofo e da tacanhez de mente de muitos dos seus colegas, mas agora lá vai ele por três anos para Inglaterra. É mais uma daquelas coincidências do caneco...
Fica a pergunta de porque é que o nosso governo socialista não se lembrou de nomear para a administração do dito banco alguém mais ao género das beatas do PS, pessoas como uma Rosário Carneiro ou uma Sousa Franco: livravam o país de um empecilho e elas tinham a satisfação de fazer obras de caridade na alta esfera financeira.
1 comentário:
A Rosário Carneiro até está bem por cá, mas a Matildinha já ia fazer ponto cruz para outro lado...
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