segunda-feira, novembro 27, 2006

Ninguém lhe quer dar um espelho?

(...) Vivemos num tempo em que podemos discutir tudo, mas onde existe um tema que não pode ser discutido: a Democracia ela mesma. É algo de extraordinário que não paremos para pensar e questionar o que é a Democracia, para que serve e a quem serve. É como que uma Santa Virgem que ninguém se atreve a tocar. Têmo-la como um dado adquirido, No entanto, deveria ser lançado um debate internacional profundo sobre a questão. Então, chegaríamos seguramente à conclusão que, de facto, não vivemos em Democracia. Ela não é mais que uma fachada.

As palavras são de José Saramago em entrevista ao Le Monde e aqui publicadas via Devaneios Desintéricos. Eu podia dizer que elas são curiosas, mas para não estar com falinhas mansas vou mesmo chamar-lhes palavras hipócritas. Basta recordar que, quando Fidel Castro esteve no Porto há uns anos atrás, Saramago fez questão de dizer que o apoiava, que aquando das últimas eleições presidenciais portuguesas, o caro autor do Evangelho Segundo Jesus Cristo afirmou que se o resultado eleitoral não lhe agradasse - ou seja, caso Cavaco ganhasse - ele mudava de país (outra vez?) e que o "estimado" Nobel da Literatura defendeu que numa união ibérica o português teria o mesmo estatuto que o galego ou o catalão. Por douta ignorância, fingimento ou ignorância bruta apenas, Saramago parece desconhecer o estado de inferioridade legal das outras línguas nacionais de Espanha que não o castelhano, assim como parece nunca ter ouvido falar de casos como este, este, este, este, este, este, este, este, este ou ainda este, certamente bons exemplos de um Estado democrático justo e equitativo...

Para quem a critíca, José Saramago tem muito a aprender sobre a vivência em democracia, ou não fosse ele um exemplo acabado da auto-comiseração nacional. Como eu já disse, ele pode ser Nobel da Literatura com todo o mérito, mas quando o tema é política ele não manda uma p'ra caixa.

4 comentários:

Anónimo disse...

Escoria portuguesa.
que cojones pasa con el MIRANDÉS en Portugal.

Quiero que se hable MIRANDÉS en el parlamento portugues YA.

Héliocoptero disse...

Faço eco do seu protesto, anónimo!

Que quem quiser possa falar mirandês em São Bento, que o Diário da República seja publicado em modelo bilingue e que todos os editais oficiais - autarquicos e governamentais - na região de Miranda do Douro sejam em mirandês. Neste momento sei que todas as ruas de Miranda estão a ser rebaptizadas de acordo com a língua nativa e se não há uma rádio exclusivamente em mirandês, pois que se crie uma.

Não quero que Portugal se transforme no triste exemplo que é essa falácia política que é "Espanha", nem que aconteça ao mirandês o mesmo que ao leonês :]

Rita disse...

Dá um desconto ao senhor. Além da idade, tens que ver que ele cresceu em Portugal quando isto estava (ainda mais) de pantanas, no tempo do outro senhor. Infelizmente as gerações que cresceram nessa altura não conseguiram encontrar outro sentido para a vida depois de Abril de 74 e continuam à cabeçada a uma parede que já não existe. Enfim...

Al Cardoso disse...

Saramagos, Linos e outros "iberistas" se ainda se nao mudaram de vez para Espanha que o facam quanto antes, os verdadeiros portugueses agradecem.

Um abraco monarquico e patriota.