Mês de Janus
A etimologia é clara: a palavra janeiro deriva do latim januariu, que identifica o mês do deus Janus, divindade das portas e portões, das entradas e saídas e do princípio e do fim. Seria, portanto, quem presidiria ao começo do novo ano, motivo pelo qual o primeiro dos doze meses tem adequadamente o seu nome.
Jano Pater para os romanos e um dos deuses mais antigos do panteão latino, ostenta títulos como Geminus, Patulcius, Clusius, Matutinus e Consivius, os quais reforçam os seus atributos de origem das coisas e de divindade dos começos. Figura entre os reis míticos de Roma e atribui-se-lhe uma Idade de Ouro de completa honestidade entre os homens, abundância e paz e a autoria de avanços civilizacionais como a navegação, a moeda, as primeiras leis e o cultivo do solo. Durante a guerra de Rómulo contra os sabinos - causada pelo rapto das mulheres destes - diz a lenda que o deus interveio para salvar Roma, fazendo brotar na colina do Capitólio uma nascente de água quente que jorrou em direcção aos atacantes. Com base nesta história e por iniciativa do imperador Octávio Augusto, os romanos preservaram a tradição de manter abertos os portões do templo de Janus em tempo de guerra, caso o deus desejasse intervir.
Na qualidade de guardião de todas as portas, ele protegia o lar, presidia a ritos de passagem, era invocado na abertura das cerimónias religiosas, no início de projectos e de campanhas e em muitas outras ocasiões que constituíssem novos começos. Assim, agora que estamos nos primeiros dias de Janeiro de 2007, o Coroas de Pinho presta com esta entrada a sua homenagem ao deus Janus, saudando-o com um adoratio virtual, e sugere esta página a quem queira honrá-lo com um elaborado e pagão ritual romano, mas nunca soube como.
Salvé Janus!
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