sexta-feira, julho 06, 2007

Em honra de Apolo

O sexto dia de Julho, Quinctilis na denominação antiga dos meses romanos, assinalava o começo dos Ludi Apollinares ou os Jogos de Apolo desde a sua instituição como celebração permanente pelo Senado de Roma em 211 ou 208 a.c. O grande sacrifício tinha lugar a 13 de Julho, no culminar de oito dias de desporto e teatro em honra do deus grego que os romanos tomariam também como seu.

A origem do culto romano de Apolo remontará a 431 a.c., quando, reza a tradição, um rei de Roma terá enviando um emissário ao Oráculo de Delfos para pedir uma solução para a peste que na altura assolava a cidade. Um templo a Apollo Medicus foi então erguido nos campos flamínios e aí o deus recebeu culto à maneira grega até à Segunda Guerra Púnica, quando a derrota romana na batalha de Canas levou o Senado a consultar o oráculo do vidente Marcius e os Livros Sibilinos. Em 212 a.c., estes aconselharam a realização de jogos em honra de Apolo para que o deus ajudasse a expulsar os cartagineses de Itália e protegesse Roma de outros perigos, tendo cada cidadão romano contribuido para ajudar a pagar as despesas da festividades. Os jogos duraram apenas um dia e tiveram lugar no Circus Maximus, repetindo-se nos anos seguintes até 208 a.c., altura em que com uma nova peste a assolar Roma os Ludi Apollinares foram instituidos pelo Senado de modo permanente e cresceram até durarem oito dias inteiros. Séculos mais tarde, o imperador Augusto faria de Apolo uma das grandes divindades de Roma ao aumentar o templo nos campos falmínios, dedicar ao deus parte dos despojos da batalha de Accio e construindo um novo templo na colina do Palatino.

Praticantes modernos do politeísmo romano preservam o culto de Apolo, adorando-o, como é tradição, segundo o rito grego (consultar ligações finais). Este blogue presta com esta entrada a sua homenagem ao deus artista e luminoso. Salvé!

Guia de Sacrifícios (Nova Roma)
Templo de Apolo (Grego)

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